Uma breve introdução ao efeito chicote…
O que é?
A cadeia de suprimento não é estável por natureza. A variação na demanda aumenta conforme aumenta a distância do consumidor final, e pequenas mudanças na demanda deste consumidor pode resultar em grandes variações em pedidos colocados ao longo da cadeia. Consequentemente, pode-se ter grandes oscilações conforme cada empresa na cadeia procura resolver o problema desde seu ponto de vista. Este fenômeno pode ser observado na maioria das indústrias, e resulta em custos mais altos e redução no nível de serviço.
No gráfico acima, podemos ver as conseqüências deste efeito. Conforme avançamos na cadeia, as empresas colocam pedidos cada vez maiores em função de uma previsão de vendas calculada com a informação do elo anterior da cadeia. À medida que os estoques crescem, já que a demanda não era real, o efeito se inverte na tentativa de compensar o estoque. O resultado são as variações de estoque que vemos nos gráficos inferiores.
Quanto maiores os tempos de entrega de materiais ou do fluxo de informações, maior será este efeito.
Causas:
1. É inerente ao sistema. Se a demanda no consumidor cai, o fornecedor tende a esvaziar o estoque para evitar custos de estoque parado. Se a demanda sobe, o fornecedor compra em excesso para evitar atrasos em pedidos futuros.
2. As mudanças nas previsões levam as empresas a criar estoques de segurança. Portanto o estoque de segurança de um cliente passa a ser a previsão de demanda de seu fornecedor.
3. Compras em lotes, que aumentam a variabilidade no processo.
4. Variações de preços (como promoções) causam mudanças bruscas na demanda, ampliando o efeito.
5. Mal planejamento da demanda. Quando falta material, a tendência é pedir em excesso, e quando a demanda cai, se cancelam pedidos.
6. Pânico. Em momentos de crise, cada empresa tentará proteger seus interesses, em detrimento do bem comum da cadeia.
Soluções:
1. Compartilhamento da informação através de toda a cadeia de suprimento. Desta forma, todos os fornecedores trabalham com a informação de demanda do cliente final, e não com dados do elo anterior da cadeia.
2. Gerenciamento unificado da cadeia de suprimento. Isto não é simples, já que estamos falando de empresas diferentes, mas pode-se chegar próximo a isto com um trabalho de colaboração na cadeia.
3. Redução do tempo de fluxo das informações.
4. Redução do tempo de entrega de materiais (se possível Just-In-Time).
5. Uso do EDI (Electronic Data Interchange). Facilita o fluxo de informações e torna mais fácil o gerenciamento de uma grande quantidade de pedidos menores ao longo da cadeia.
6. Coordenação de promoções. Os revendedores devem coordenar com seus fornecedores as promoções para manter um fluxo de materiais mais estável.
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